segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

“Pitanga é ruim, mas é bão”

Eu não sou doce como pitanga, nem amarga, eu choro e sorrio com intensidade, eu sou querida e por vezes odiada. Possuo uns 10 pézinhos de pitanga aqui no meu quintal. [Meus vizinhos são parentes-não-sei-que-grau de Camila, aquela moça talentosa da televisão. E pelo que sei, o velho Seu Pitanga gosta mesmo é de ficar na casinha da Ilha (de Itaparica), onde passa longas temporadas, com seu cão chamado Sushi. Tá certo ele.] Colher pitangas é um verdadeiro exercício de disfarçado constrangimento - não olho para lado nenhum que não para as pontas dos galhos, com receio de encontrar algum olhar de censura, pois que há uma circunstância que não está a meu favor: não fui menina de convivência com pitangueiras ou quaisquer outro pé. E o que tenho a meu favor? feiras e mercados não vendem pitanga. É fruta que recusa o comércio: não dura, amassa na manipulação, fere-se, fica passada, mela, fermenta. Portanto a pitanga – exceto a Camila – não é bem vista nos meios rurais, que ela só serve para entreter namorados que, sob a desculpa de colher pitangas, se escondem por horas a fio entre pitangueiras. Lá, já me disseram, ficam um bom tempo não se sabe o que fazendo. Estarão engolindo os caroços?
Eu não me sinto daqui, mas gosto daqui. Eu sempre tenho tanto a dizer e quando falo não digo nada com nada... Eu vago no espaço a procura de respostas, mas já entendi que algumas coisas, certas e imutáveis, nunca serão respondidas. Eu acredito no céu, assim como em deus, assim como na natureza e nos homens. Eu gosto do mar, de fotografia e de doce-de-leite. E eu tenho o santo forte! E só quero colher em paz minhas pitangas caseiras e desfrutar deste não fazer nada tão agradável, nestes dias de "horário de verão" (#cinismo).



domingo, 20 de dezembro de 2009

É verdade que, quanto mais a gente toma conhecimento das coisas do mundo, menos interessante ele se torna?