domingo, 24 de fevereiro de 2008

"E agora, José?"

Nos Estados Unidos a eleição está vivendo um momento tabu!
Quem vai ser o Presidente? Uma mulher ou o homem negro??
Ainda bem que eu não voto por lá. E no dia que isso acontecer por aqui, rá, será que eu vou estar viva?


(...)
Gênero e raça são temas importantes na sociedade norte-americana porque representam um desafio para a realização da igualdade. E a possibilidade de um homem negro ou uma mulher branca se tornarem presidente dos EUA renovam a confiança na vitalidade da democracia americana, na sua capacidade de se renovar e se reinventar. Os que simbolizam grupos historicamente excluídos ou discriminados são chamados a ofertar originalidade, renovação, mudança e esperança na (des)ordem do mundo.

Além do interesse que desperta, a simbologia que cada candidato carrega presta-se a variadas apropriações, em diferentes contextos, que extrapolam os limites geográficos e os interesses em jogo naquele país. A candidatura de Obama, com alto grau de adesão da população branca norte-americana, é vista por analistas como sintoma do progresso nas relações raciais nos EUA que nessa leitura significaria ter ele se tornado opção eleitoral efetiva para grandes parcelas dos norte-americanos a despeito de sua cor para uns, ou, para outros, da suposta "neutralidade racial".

No Brasil, em razão dessas supostas características, Obama tornou-se a nova arma dos formadores de opinião que combatem as políticas de igualdade racial, em especial as cotas nas universidades brasileiras. Em chamadas de matérias da imprensa nacional sobre as prévias nos EUA, lê-se, que "Obama tornou cor irrelevante na campanha".
(...)


[Suely Carneiro.
Doutora em Filosofia da Educação pela USP e diretora do Geledés (Instituto da Mulher Negra)]



quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

"... Assim como existe disco voador e o escuro do futuro..."

Trabalho mais interessante do curso até agora será produzir um vídeo-minuto. Quem mais está ansiosa sou eu.
Tipo que, eu acho que me encontrei. Vou batalhar para produzir. Ou será que é sonhar alto demais? Talvez me contente em apenas escrever artigos, ou, ser assessora de imprensa. Não sei. Cada coisa com seu valor. Vou escolher algo e fazê-lo bem, meu pai me ensinou. E aí, que coisas boas acontecem, quando você quer muito, e você corre atrás, as glórias são tuas. Três anos, três tentativas e pronto: quando viu, já foi! Agora é a sua vez, você pensa. Eu acredito em empurrãozinho de uma Força maior que nós. Acredito na capacidade que temos, na força do pensamento e na força de vontade.
Um belo dia resolva mudar.
FIDEL CASTRO RENUNCIA A LA COMANDANCIA EN JEFE!!!!!!, me diz uma amiga.
O comandante sai de cena, então. E eu só tenho uma palavra que o defina: inteligência. Ele foi sagaz, um homem que consegue se manter ditador, que sobrevive às tentativas de ser assassinado, com fãs ou não em seu próprio legado (o que eu acho normal, pois nunca se é 100% o tempo inteiro em nenhum lugar do mundo). Inteligente, porque antes que morresse, e os interessados nisso comemorassem seu fim, ele dá a última cartada. "Agora eu vou!", porque antes de morrer quer ver o que vai ser dessa ilha "sem ele"...
Eu escrevo isso e olho vez em quando na janela porque, ah, hoje teve isso, né, o Eclipse, e tudo para mim está ligado. Eu vejo nos astros a tal força, a tal magia, afinal, é preciso que se acredite em algo, além de aproveitar o calor da noite e acreditar, como o Groucho Marx, que vai tomar uma cerveja.
Eu vou.
E porquê não?!


domingo, 17 de fevereiro de 2008

O mundo é cheio de possibilidades.
Distraídos são aqueles que ora estão, ora não estão.
Esqueça todas as barreiras do possível e viaje: onde você gostaria de estar exatamente agora?



Quando penso na possibilidade de estar em algum outro lugar que não este de agora, passa um filme na minha cabeça. Pelas cidades por onde estive, as pessoas que lá encontrei, as lembranças boas e as desagradáveis. Não teria sequer a intenção de voltar no tempo para consertar ou reviver coisa alguma.
Acredito fielmente no poeta Gilberto Gil quando melodicamente me diz que "o melhor lugar do mundo é aqui e agora". E é.
Longos anos depois, longe desta terra, voltei, e sei que voltei por motivos que em sua maioria estão inexplicavelmente fora do meu alcance. Mas cá agora estou. Redescobrindo tudo, retornando aos cheiros e olhares que me passavam despercebidos. Bahia. Estou aqui e agora, e não sinto que poderia estar em outro lugar. Não hoje.
Pelos amigos conquistados nos últimos 5 meses, pelos bons ventos de um 2008 que me sopraram a felicidade em pequenos gestos, e porque a Bahia me remete a Bandeira: "Vamos viver de brisa, Anarina". E é exatamente assim que tenho me sentido: com ventos nos cabelos, rodeada de amores, recebendo cafuné e pedindo mais e mais que tudo se paralise e eternize.
Tenho a certeza de que não poderia me enganar e escolher outro lugar, pelo menos, por enquanto (porque nunca saberei qual a força da próxima brisa).


(30/01/2008)