sexta-feira, 16 de maio de 2008

“As folhas sabem procurar pelo sol...”

O Império Romano utilizou o Coliseu (Teatros), por muito tempo, para acalmar as insatisfações de seus súditos, dando-lhes apresentações “divertidas” com um pedaço de pão. O “Pão”: um dos alimentos mais populares do planeta, e o “Circo”: a distração para deixar qualquer mortal mais relaxado, e que foi por muitos séculos, a principal manifestação artística, era e ainda é utilizado como uma maneira de acalmar as manifestações populares.
No Brasil quando pensamos em Circo pensamos na política. A palavra por si tomou um significado que soa como um teatro de mentiras (pois nada melhor do que ocupar a população enquanto decisões importantes são tomadas): poderíamos comemorar enquanto sociedade o que comemoramos com festas populares, mas sobrevive-se sob as promessas, e continua-se acreditando nos discursos, sentados à mesa, vendo o mundo acontecendo pela televisão, que só nos mostra o que é de interesse de uma minoria detentora de poder. Em tempos de epidemias, de eleições, de problemas estruturais de governo e de investimentos mal-sucedidos, dá-se ao povo algo que possa amenizar os problemas de infra-estrutura, social e econômico. Dá-se importância ao futebol, a um reality show, a um caso policial super veiculado, ao Bolsa Família, à novidade da TV Digital, a Copa do Mundo de 2014, ao carnaval. Preocupamos-nos, sim, com o futuro, com “para onde vamos?”, quando lemos a respeito do aquecimento global, por exemplo. Porém não podemos esquecer que este problema pode ser atribuído a falta de uma consciência ambiental que vem de dentro da nossa casa - se quisermos começar por algum lugar.
Queremos um país do futuro com a formação de cidadãos pensantes, então, que nos seja dado a educação de qualidade para tal, inclusive para que sejamos os bons profissionais que o mercado exige.
Com uma política de pão e circo que favorece a continuação de um Brasil tão "terra de ninguém" o grande desafio é fazer política com educação, trabalho e renda, onde não se prolifere a idéia de que sempre teremos os Salvadores da Pátria (a Seleção Brasileira!! As Bolsas do governo!!), e a de que somos coitados, pois não queremos, enquanto nação, cair em de discursos que combinam palavras bonitas e frases enfeitadas, mas ter também a oportunidade de identificar as letras.
Só há duas opções nesta vida: se resignar ou se indignar.” (Darcy Ribeiro)
Comparando a Roma antiga com o Brasil, vemos no nosso caso, que o crescimento populacional gera problemas sociais, comunidades com pouca estrutura crescendo desenfreadamente, as condições de vida ficam mais difíceis, mas o Estado, ao invés de fazer uma política social baseada em educação e qualificação profissional, opta por fazer uma que acalme a grande massa para evitar que esta se rebele, com seus planos sociais. Não que estes planos não possuam validade, porém, atrelado a eles cairia muito bem um investimento na educação, na saúde e em habitação digna. Mas é preciso que levantemos da sala de jantar; que não admitamos mais ser manipulados. Tenhamos sim, a festa, o circo, mas também tenhamos força de vontade e sabedoria para lutar pelo pão que nos é de direito.



1 comentário :

Vaninha® disse...

Uma fantástica semana para vc.
Bjs