terça-feira, 13 de maio de 2008

RESERVA RAPOSA-SERRA DO SOL

Reportagem de apoio: Entenda o que está acontecendo.


O fator relevante nessa reportagem é a "luta" dos índios pela homologação de terras que lhes pertencem por direito. A Raposa-Serra do Sol, que é a última grande Terra indígena da Amazônia, aguarda reconhecimento para ser homologada; tal e qual esta documentação seja assinada pela Justiça, vai exigir que seus "invasores" sejam retirados.
Os invasores? Os fazendeiros. E segundo estes, como é possível que um bando de índios, que nada produzem, queiram tanta terra?

"A diferença é ameaçadora porque fere nossa própria identidade cultural" (ROCHA, 1984)

Sendo cabível acrescentar, "...cultural e econômica". Ou, seja, os nativos é que inviabilizam o desenvolvimento do Estado.

Configura-se neste ponto, o Etnocentrismo. Na visão do Estado de Roraima, os índios não precisam dessas terras pois não vão produzir para além de seu consumo, o que é uma perda de tempo e dinheiro.

"Aí, então, de repente, nos deparamos com um "outro", o grupo do "diferente" que, às vezes, nem sequer faz coisas como as nossas ou quando as faz é de forma tal que não reconhecemos como possíveis. E mais grave ainda, este "outro" também sobrevive à sua maneira." (ROCHA, 1984)

Será que é tão inconcebível que um grupo apenas viva com o suficiente para sua sobrevivência? Não é. E é exatamente isso que não justifica essa atrocidade. Como pode em pleno século XXI, querer tomar terra de índio?? Essas terras já lhes pertencem "antes mesmo de serem politicamente estabelecidas" (segundo o Abaixo-assinado elaborado pelo Partido dos Trabalhadores).

Mesmo que a partir de 1998 fosse declarado que as terras são de posse permanente dos povos indígenas, o Estado de Roraima tenta anular essa decisão da Justiça. Os agricultores continuaram avançando e produzindo nas terras, as quais ainda hoje (depois de 10 anos) não foram desocupadas porque a plantação representa 40% da produção do Estado, e os ocupantes ilegais não se mostram dispostos a negociar sua saída. Qual a consequência desse fato? Os confrontos constantes entre os Jagunços dos fazendeiros e os índios.

"A sociedade do "outro" é atrasada. (...)São selvagens(...) que vem da floresta, que lembra de alguma maneira, a vida animal(...)" (ROCHA, 1984)

Os primeiros alegam que os índios não atendem a pedidos pacifícos de expulsão e os atacam tal e qual uns selvagens, com arco e flecha, o que eles fazem é se defender, com as armas de fogo.
O que se percebe facilmente é uma elite sem argumento suficiente para manter pé firme sobre essa questão da desapropriação, por eles, dessas terras; alegando que há também a possibilidade de que se essas terras ficarem à vontade dos índios, 'fracos' como são, deixariam a região propícia para possíveis invasões, fazendo o país correr o risco de perder sua soberania, porque essas terras estão nas fronteiras.
E como os meios de comunicação no Estado de Roraima é de apropriação dos políticos, associados aos fazendeiros, muito facilitada fica a lavagem cerebral da população lá existente por esses meios.
Para finalizar, cabe a lembrança histórica de que Roraima só é do Brasil porque Joaquim Nabuco defendeu sua posse, em disputa com a Inglaterra, com base justamente a presença de índios brasileiros por lá.





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