terça-feira, 3 de abril de 2018


A cama desarrumada revela o segredo do seu corpo. E fica o formato no meu lençol, fica o fio de cabelo no travesseiro. Do seu cinzeiro ainda sai fumaça. Mas na minha cama, a bagunça de uma noite passada. 
Pelo chão, garrafas, fragmentos de fatos em flashes na memória. Lembro de como te chamei (ou foi aquela cachaça que te interessou?), de como te mostrei. Você viu, riu, sentiu e deixou o formato da palma em minhas costas, das coxas sobre as coxas, do perfume no meu umbigo, o rastro, a marca. Vejo a fumaça, a garrafa, a cama, o cabelo. O nosso segredo.
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A cama solitária, desarrumada.

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