quarta-feira, 19 de março de 2008

Quanto vale?

É possível até que hajam as exceções, mas para falar a verdade, acho que todo mundo tem um preço, a diferença é o valor. Mas então não é porque eu critico o excesso, que eu sou a favor da falta. Quem é que não precisa de dinheiro para viver? Gostar de trabalhar para receber pelo seu trabalho, quem não gosta? Mas não penso no dinheiro como fim e sim como meio.
Acho realmente hipocrisia dizer que não se tem um preço. Em alguma circunstância há essa promoção. Nem que seja aquele que exige caráter, integridade, honestidade, carinho, respeito e amor.
Não se trata apenas de valor monetário, e sim, do quanto você se dá, se entrega, em troca de reconhecimento, sucesso, amor, carinho, piedade.

...

Escrevi um texto, há uns 3/4 anos, que retrata esse assunto, que fala de "entrega" ou da ausência da mesma. Das coisas que se faz sem esperar em troca, ou será que sim, a gente sempre espera alguma coisa em troca?!

Dentro desse peito bate um coração mexicano
Porque eu sou uma puta.
Eu dou. Para todo mundo.
A pôrra do meu tempo que eu não tenho. As minhas vontades. Os meus segundos, os meus instantes, o horário de jantar que eu não faço. Eu dou. O horário do meu banho, o esforço, as idéias, as opiniões, as críticas, os elogios, a energia. Toda. Eu dou tudo, perceba. Para todo mundo.
Eu masturbo o ego de todos os homens que me cercam e acaricio de leve as inseguranças das mulheres. Escrevo textos. Envio e-mail`s.
Na minha lista de prioridades, fique tranqüilo. Você vem primeiro! E você, você e você também. E mais aquele cara que eu nunca vi na vida. Todos vocês vêm na frente. Nessa lista, queridos, eu sou a última.
Eu sou a santa mais puta que conheço.
Porque eu dou tudo: sangue, garra, vontade, suor, dinheiro, cabelo e pele, em troca da crença idiota e falsa de ser desesperadamente gostada.
Mas por quem, meu deus?
Por quem?
...
Eu sou capaz de estender a mão, o pé, o braço e o corpo todo para ajudar se, em troca, meu bem, você disser que gosta um mínimo de uma Mayra.
Vem. Me come. Me tira o couro. Me mata.
Eu ainda vou te pedir desculpas por ter esbarrado no seu dedão do pé sem querer naquele momento de aflição enquanto você apertava o meu pescoço até sufocar.
Em troca, por favor, diz que se importa?

(Agora chega, né?! Sai, Maria do Bairro, desse corpo que não te pertence!)




2 comentários :

Cintia de Souza disse...

A-D-O-R-E-I a poesia "Dentro desse peito bate um coração mexicano"

"Porque eu sou uma puta.
Eu dou. Para todo mundo.
A pôrra do meu tempo que eu não tenho. As minhas vontades. Os meus segundos, os meus instantes, o horário de jantar que eu não faço."

Achei fantástico... somos todos PUTAS...

___________

Agora, voltando ao início do texto... nem todo mundo tem um preço, o fato de vivermos em um sistema capitalista não faz com que todos tenhamos um preço.. o esforço que fazemos todos os dias para sobrevivermos com um salário, não é um preço... é uma condição para a nossa sobrevivencia..

As pessoas se vendem quando comprometem os seus valores morais e eticos devido ao valor monetário...

eu não sou hipocrita, mas eu não tenho um preço... meus valores não tem preço, minha ideologia também não... tenho q trabalhar para viver, mas isso não qr dizer q tenha me vendido...

bjos!!!

obztrato disse...

putz, chapei...
caramba, muchacha, muy bueno.